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A saúde comunitária é a prova que o Sol não gira só à tua volta e por isso a tua saúde e bem-estar não são definidos apenas pelas tuas escolhas individuais, como ir ao ginásio ou seguir uma dieta específica. O ambiente onde vives, a tua comunidade e as oportunidades que tens disponíveis são muito importantes para a tua saúde geral. Por isso, hoje vamos falar de saúde comunitária.
Decidimos explorar este tema, usando como exemplo uma cidade que provavelmente nunca ouviste falar, chama-se Laredo e fica no Texas, mesmo perto da fronteira com o México.
Laredo tinha taxas brutais de obesidade e diabetes, mas com a mobilização da comunidade e a criação de estratégias as coisas começaram a mudar.
Mas porquê ler algo sobre Laredo? Fácil, ao analisarmos os desafios que esta comunidade enfrentou e, principalmente, as soluções que arranjaram, podes importar isso para a tua comunidade e ajudar aqueles que te são próximos.
Para te explicar as soluções, é essencial primeiro reconhecer a dimensão dos problemas de saúde comunitária que muitas comunidades como a de Laredo enfrentam, que na maioria das vezes são:
Quando combinas estas coisas, o que ganhas são taxas elevadas de obesidade, por exemplo, que no caso de Laredo, rondavam cerca de 44% dos adultos, ou diabetes tipo 2, que é grave e afetava 17% dos adultos, doenças cardiovasculares, que basicamente criam um ciclo de doença e desigualdade na saúde comunitária.
Laredo, com cerca de 250 mil pessoas e confrontada com estes problemas, resolveu atuar. Ter hospitais não era suficiente. O que eles precisavam era de evitar que as pessoas ficassem tão doentes. E por isso a estratégia central tornou-se uma saúde comunitária integrada, e por isso foram implementadas um conjunto de políticas públicas:
Estas políticas ajudaram a criar um sentido de necessidade e de saúde comunitária para todos os que a representam.
Um dos pilares da transformação em Laredo foi simplificar o acesso aos cuidados de saúde através de várias estratégias, algumas delas até se veem em Portugal, especialmente no interior.
Criaram Unidades Móveis, que são, basicamente, clínicas sobre rodas, equipadas para circular pelos bairros mais remotos ou com populações vulneráveis, oferecendo rastreios, vacinação, consultas básicas e educação em saúde.
Também investiram em formações e workshops sobre temas como a diabetes e a prevenção do cancro, seja pessoalmente ou remotamente através da Telemedicina, em que um médico ou técnico de saúde explica os passos a dar para melhorar a qualidade da saúde comunitária.
Depois disso, foi preciso incutir na comunidade um espírito de entreajuda e, ao mesmo tempo, de autocuidado, para que todos os cidadãos fizessem os seus exames de rotina e estivessem também preocupados com os mais próximos de si.
A saúde comunitária está diretamente ligada a muita coisa, mas uma das mais importantes é o acesso a uma alimentação nutritiva e acessível. O nosso exemplo, a cidade de Laredo, para resolver este problema, abordou-o em várias frentes.
No fundo, a ideia não é impor dietas restritivas, mas sim tornar a escolha saudável a opção mais fácil, acessível e apelativa para toda a comunidade.
Uma comunidade ativa é, geralmente, mais saudável, feliz e interligada para perceberes isto basta entrares num dos nossos ginásios e percebes isso. Pela mesma razão, Laredo investiu e criou várias opções para que todos pudessem e quisessem fazer exercício e assim melhorar a saúde comunitária pelo meio do desporto.
Os benefícios de te manteres ativo vão muito além da gestão do peso. A atividade física regula e melhora a saúde mental, a qualidade do sono, os níveis de energia e, além disso, também te incentiva ao convívio.
Podemos aprender muito com esta cidade do Texas, a experiência de Laredo mostrou que os nossos resultados são muito influenciados pelo que acontece nas nossas próprias comunidades.
Devemos ter uma visão de um todo, porque a nossa saúde e a daqueles à nossa volta são influenciadas pela educação, planeamento urbano, economia local, acesso a alimentos saudáveis, oportunidades de lazer, e muito mais coisas. A saúde comunitária exige uma abordagem abrangente que considere todos estes fatores.
É preciso conhecermos os problemas, mas também as ambições e necessidades de quem está à nossa volta, algumas cidades precisam de mais ginásios, outras talvez precisem de mais parques para crianças e, por isso, é necessário o envolvimento ativo dos moradores no diagnóstico, planeamento e implementação das iniciativas.
Resumindo, quando se fala em saúde comunitária não se vai a lado nenhum sozinho, é preciso cativar todos os interessados. O sucesso depende de parcerias fortes e sustentadas entre o governo local, serviços de saúde, escolas, universidades, IPSS, empresas e cidadãos.
Paciência, sim, porque mudar hábitos não é algo que se faça do dia para a noite, muito menos numa comunidade inteira. É necessário investimento contínuo, monitorização constante dos resultados e flexibilidade para ajustar as estratégias.
Seja como for, o que se construir em prol da comunidade deve ser desenhado para reduzir as desigualdades que existem, beneficiando primeiro os grupos mais vulneráveis. O objetivo é garantir que a comunidade melhore e todos tenham a oportunidade de ser saudáveis.
Estas lições são universais e aplicáveis à realidade em Portugal. Aliás, em alguns locais é possível ver o mau e o bom do que se passou em Laredo. É importante refletir sobre a saúde comunitária no nosso próprio bairro, na nossa rua e identificar desafios locais.
A história de Laredo é um lembrete de que investir na saúde comunitária é um investimento inteligente com retornos significativos em qualidade de vida, bem-estar, coesão social e até produtividade económica para todos.
As várias estratégias que foram criadas mostram que é possível, mesmo em contextos mais desfavoráveis, criar ambientes onde a escolha saudável se torna a opção mais fácil e acessível para todos.
O sucesso de Laredo foi a maneira como a comunidade se uniu numa abordagem única aos problemas de saúde e na decisão de colocar as pessoas no centro das soluções.
Portanto, aqui fica o desafio: começa a olhar com mais atenção para a saúde da tua própria comunidade. Que passos, pequenos ou grandes, podes dar individualmente? Que ações podes apoiar ou exigir da tua autarquia, centro de saúde, escolas e outras instituições locais para tornar o teu bairro um lugar mais saudável para viver?
PS: Se quiseres fazer parte de uma comunidade em crescimento e com super foco no saudável, o nosso ginásio é o sítio ideal.