PLANO DE TREINO
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Imagina isto: acordas, tomas o pequeno almoço e percebes que estás sem vontade nenhuma de sair de casa para treinar. Mas em vez de ficares no sofá, metes uns óculos e, de repente, estás a levantar ferro numa praia em Marte, ou a fazer uma aula de boxe no topo de um arranha-céus em Tóquio, com amigos que moram noutro país. Parece ficção científica? Pois, bem-vindo a 2025 diz olá ao metaverso.
A ideia de treinar no metaverso soa a algo saído de um filme, provavelmente só para geeks ou gamers que não veem a luz do dia. Mas e se eu te dissesse que esta "brincadeira" pode ser a arma secreta para esmagares os teus objetivos de fitness, combateres a preguiça e até viciares-te em treinar?
Esquece o hype e o blá blá blá técnico. Neste artigo, vamos diretos ao assunto. O que é, na realidade, treinar com Realidade Virtual (RV), o que funciona, o que é treta, e se deves ou não trocar a tua inscrição no ginásio por um par de óculos futuristas.
O metaverso é um mundo virtual. Um ambiente 3D imersivo onde o teu corpo não é só um espectador, é o comando.
Pensa assim: ver um vídeo de treino no YouTube é como ver um programa de culinária. Treinar no metaverso é como estar num workshop com o chef a pôr, literalmente, a mão na massa. Não estás a ver alguém fazer agachamentos, tu estás lá, num cenário incrível, e o teu avatar imita os teus movimentos em tempo real.
A diferença chave está no feedback. O teu corpo está dentro da experiência. Numa app de telemóvel, segues instruções. Na realidade virtual, os teus movimentos são a instrução. Se falhas um soco no boxe virtual, o jogo avisa-te. Se o teu agachamento não for fundo o suficiente, a plataforma pode mostrar-te.
A palavra-chave aqui é imersão. Quando colocas os óculos, o teu cérebro é transportado para outro mundo. Estás tão focado no ambiente e no jogo que o exercício se torna secundário. É perfeito para enganar a tua própria preguiça.
Ok, giro, mas como é que isto funciona na prática? Não, não vais ficar a clicar em botões. Vais mesmo mexer o corpo. Vamos ver algumas das plataformas que estão a transformar o fitness em algo parecido com um jogo de Playstation:
Como vês, as opções são muitas e cada vez mais criativas. e o treino nunca foi tão personalizado.
Treinar no metaverso não é só uma novidade tecnológica, é quase uma batota psicológica para te manteres consistente. E funciona por três razões principais:
O nosso cérebro adora recompensas. As plataformas de fitness em realidade virtual são mestres nisso. Pontuações, níveis, badges, leaderboards, feedback instantâneo, tudo isto foi tirado dos jogos tradicionais e tudo isto cria um ciclo de dopamina.
Isto transforma o "bah, tenho de treinar" num "só mais um nível". De repente, o exercício deixa de ser uma obrigação e passa a ser um jogo que queres ganhar.
Há dias que apetece menos ou simplesmente é um dia mais aborrecido. E quando estás aborrecido, focas-te no cansaço.
Na realidade virtual, o teu cérebro está demasiado ocupado a processar os estímulos visuais e sonoros para se preocupar com o quão cansado estás. Estudos mostram que o metaverso e a realidade virtual podem diminuir a perceção do esforço. Ou seja o treino parece mais fácil.
"Hoje não vou porque não tenho companhia." ou "Hoje não vou porque vai estar muita gente." Quem nunca?
No metaverso, essa desculpa não existe. Podes marcar um treino com o teu amigo que vive noutra cidade. Ou então não, tu é que escolhes.
Diferente de um treino tradicional, onde muitas vezes treinas sem saber se estás a fazer o movimento corretamente, no metaverso tens um retorno imediato. Os sensores nos óculos e nos comandos rastreiam os teus movimentos.
Ok, parece tudo perfeito, mas vamos ser honestos. Nem tudo são rosas virtuais. Antes de venderes a tua bicicleta de cycling, há alguns pontos que tens de conhecer:
Vamos diretos ao assunto, o investimento inicial não é pequeno. Precisas de uns óculos de RV que custam algumas centenas de euros e, para muitas das melhores apps, uma subscrição mensal.
Sim, o risco de dares um murro na televisão ou um pontapé no teu animal de estimação é real. Precisas de um espaço livre à tua volta. Os sistemas modernos têm "barreiras virtuais" que te avisam quando estás a chegar perto de um obstáculo, mas os acidentes acontecem.
Treinar com um aparelho de plástico colado à cara tem os seus desafios. Vais suar, e o suor pode embaciar as lentes ou tornar o equipamento desconfortável. Já existem acessórios para mitigar isto, mas é algo a considerar. Além disso, algumas pessoas enjoam quando usam os óculos.
Para cardio, FIIT e treinos com o peso corporal, a RV é fantástica. Mas para quem quer ganhar grandes quantidades de músculo, ainda há limitações.
Pensa nisto como um complemento ao teu treino de força, ou uma ferramenta para queimar gordura e melhorar a condição física geral. Mas não vai substituir completamente o ferro e as máquinas de um ginásio bem equipado.
Apesar de poderes interagir com avatares, não é a mesma coisa que a energia de uma aula de grupo a sério. Para muitas pessoas, o ginásio é também uma forma de sair de casa e socializar ou seja o metaverso pode complementar, mas dificilmente substituirá essa necessidade de contacto real.
Ficaste curioso? Ótimo. Se quiseres experimentar, não precisas de um doutoramento em tecnologia. Segue estes passos:
Como acabaste de ler, a resposta para já é não.
Pensa no treino em realidade virtual não como um substituto, mas como uma ferramenta, um canivete suíço que te safa em várias situações.
É perfeito para aqueles dias de chuva em que não te apetece sair. É ideal para quando tens pouco tempo e precisas de um treino rápido e intenso. É uma forma incrível de variar a tua rotina e manter a motivação em alta, especialmente quando o ginásio começa a parecer monótono.
Mas não substitui a sensação de pegar em ferro real. Não substitui a energia de uma aula de grupo ao vivo, com pessoas reais à tua volta. Não substitui a orientação de um treinador pessoal para corrigir a tua técnica num agachamento pesado.
O ginásio físico, a comunidade, o ambiente isso é insubstituível. E, sejamos honestos, por vezes, a melhor parte do treino é mesmo sair de casa e espairecer.
A pergunta não é se o metaverso vai acabar com os ginásios. A pergunta certa é, estás na disposição de usar metaverso à tua rotina para te tornares imparável?
Sabemos que o futuro do fitness já começou, mas para já vemo-nos no treino, real.