PLANO DE TREINO
A CARREGAR...
Lembras-te daquela t-shirt de 5€ que só usaste uma vez? Ou do snack com mais camadas de plástico que sabor? Em 2025, isso pesa na consciência mais do que nunca.
O consumo sustentável está a deixar de ser exceção para se tornar uma prioridade.
Enfrentámos uma pandemia que nos obrigou (literalmente) a parar. Quando voltámos à rua, o mundo já não parecia o mesmo. Com o planeta a aquecer mais depressa do que tu num treino HIIT, os portugueses tornaram-se mais conscientes e decidiram mudar:
"Preciso mesmo disto? De onde vem? Vai durar?"
Cada vez que compras alguma coisa, estás a escolher em que mundo queres viver. Pode parecer só uma t-shirt ou um snack, mas por trás há a água que gastas, as emissões de carbono, o plástico…
As tuas decisões de compra mandam recados ao planeta e às marcas.
Segundo um estudo da Comissão Europeia publicado em 2023, 78% dos portugueses afirmam já ter alterado os seus hábitos de consumo devido preocupações ambientais, um aumento significativo face aos 62% registados em 2019. Este valor coloca Portugal acima da média europeia de 71%.
Informado, exigente e atento.
Por outras palavras:
Os Millennials e Geração Z são os principais líderes deste movimento.
Um estudo realizado pela consultora Deloitte em 2024 revelou que 72% dos jovens portugueses entre os 18 e 34 anos consideram os critérios de sustentabilidade "muito importantes" ou "extremamente importantes" nas suas decisões de compra, comparado com 54% dos consumidores com mais de 55 anos. Mas essa preocupação com um consumo sustentável não é difícil de entender...
Cresceram com o planeta em crise e não compram só por impulso — querem marcas com valores. Têm acesso fácil à informação, questionam tudo e partilham ainda mais. Para além disso, usam a tecnologia como uma grande aliada no consumo sustentável. Apps de rastreabilidade, QR codes que revelam a origem do produto, selos ecológicos e até o e-commerce verde ajudam o consumidor a tomar decisões mais conscientes.
Em Portugal, marcas como a Näz, Conscious the Label ou a Zouri dão cartas na moda ecológica, mas existem muitas mais.
O "comprei porque estava barato" está a dar lugar ao "comprei porque vale a pena".
As marcas de slow fashion estão a ganhar cada vez mais adeptos. Alugar roupa ou optar por materiais reciclados são práticas cada vez mais comuns.
Portanto, a tendência é clara: descartar roupas que duram só uma estação, que acarretam uma grande pegada ecológica ou estão associadas à exploração laboral. O resultado? Menos volume, mais valor. Adeus consumo desenfreado. Olá consumo sustentável.
O interesse por marcas de cosmética com fórmulas limpas e transparentes está a crescer e não é por acaso.
Hoje, o consumidor quer saber exatamente o que está a pôr na pele, de onde vem e porquê.
É aqui que entra o clean beauty: produtos com menos químicos duvidosos, ingredientes que se conseguem ler sem dificuldade e uma comunicação honesta.
Um inquérito realizado pela DECO Proteste em 2024 revelou que 61% dos consumidores portugueses já consultam regularmente a composição dos produtos cosméticos antes de os comprar, comparativamente aos 34% em 2020.
Outra das tendências da rotina de beleza é simplificar.
O novo lema é o minimalismo — usar menos produtos, mas mais eficazes.
Ao mesmo tempo, o DIY (Do It Yourself) também está a ganhar força. Criar os próprios produtos em casa — como máscaras faciais, esfoliantes ou bálsamos — com ingredientes naturais como mel, aveia ou argila, é cada vez mais comum.
E não há como negar… os ganhos são muitos:
Evitas químicos desnecessários, reduzes o desperdício e embalagens e ainda poupas dinheiro.
Bom, não?
A forma como comemos também está a mudar. O consumo sustentável também chegou à nossa alimentação. Mas como? É o que te vamos explicar agora...
As pessoas estão a valorizar cada vez mais alimentos produzidos perto de casa, sem químicos agressivos e no tempo certo. Comprar ao produtor local ou na feira do bairro já é meio caminho para uma alimentação mais sustentável — menos transporte, menos embalagem, mais sabor.
Não é preciso virar vegan de um dia para o outro. Mas há um movimento claro de redução do consumo de carne e aposta numa alimentação mais vegetal. Motivos? O ambiente, a saúde e até o bem-estar animal.
Os dados da Nielsen IQ mostram que as vendas de alternativas vegetais à carne cresceram 112% nos últimos três anos em Portugal, enquanto as vendas de carne vermelha, nesse mesmo período, caíram 8%.
Já se vê mais vidro, papel reciclado e embalagens compostáveis nas prateleiras. A ideia é simples: se estamos a comer de forma mais consciente, faz sentido que o que envolve os alimentos também respeite o planeta. A implementação da Diretiva Europeia sobre Plásticos de Uso Único resultou numa redução de 76% no uso de sacos de plástico leves em Portugal desde 2019.
Também o Observatório dos Plásticos reportou que 68% dos consumidores portugueses já recusam regularmente embalagens de plástico descartável, optando por alternativas reutilizáveis ou materiais biodegradáveis.
O plástico descartável está (finalmente!) a perder espaço.
"Eco-friendly", "verde", "natural". Já viste isto por todo o lado, certo? Mas cuidado: nem tudo pode ser sinónimo de consumo sustentável.
Hoje em dia, quase todas as marcas querem parecer verdes — umas porque estão mesmo a mudar, outras porque perceberam que “sustentável” vende. Mas nem tudo o que tem folhas no rótulo é eco-friendly.
Então como distinguir o que é verdadeiro ou enganoso?
Transparência é tudo: marcas que mostram o que fazem, como fazem e onde produzem, sem rodeios, merecem pontos.
Certificações contam: selos como B Corp, Fairtrade, ou certificações orgânicas são sinal de um compromisso sério com o consumo sustentável.
Práticas ESG (Ambiental, Social e de Governação): Parece um palavrão, mas é simples. Se a marca cuida do ambiente, respeita os trabalhadores e é ética na forma como é gerida… está no bom caminho.
A Organii, marca de cosmética transparente, ou a Goma, marca de roupa reciclada made in Portugal são bons exemplos a seguir e ocupam o pódio da sustentabilidade real.
Sim… o consumo sustentável pode ser mais caro. Um champô sólido ou uns ténis reciclados podem custar mais do que a versão fast. Mas sabes o que se costuma dizer, certo? O barato sai caro. É barato no momento da compra, mas caro depois para o planeta, para a saúde, para os direitos humanos.
De acordo com o Observatório de Consumo Sustentável, 62% dos portugueses reconhecem que os produtos sustentáveis tendem a ser mais caros, mas 54% afirmam estar dispostos a pagar esse prémio quando entendem o valor acrescentado do produto. Mas, por outro lado, ainda há barreiras que também não ajudam. Nem toda a gente tem fácil acesso a produtos sustentáveis, seja por falta de lojas, transporte ou tempo.
Em termos culturais, muitos dos consumidores ainda vivem em modo “sempre fiz assim”, o que atrasa a mudança. Às vezes, o problema nem é o preço, mas sim o hábito.
O verdadeiro game-changer para um consumo sustentável? A Educação.
Ser sustentável não é só separar o lixo. É saber fazer escolhas com impacto: ler rótulos, perceber selos, questionar promessas verdes. E isso aprende-se. Nas escolas, nas redes, em casa.
Informação é poder!
Boas notícias: não precisas de ser ativista nem mudar tudo de uma vez.
Lembra-te… pequenos passos fazem a diferença:
Em 2025, o consumo sustentável já não é só uma tendência para os portugueses. É o presente. E o futuro.
E é mais simples do que parece escolher marcas que refletem esse consumo sustentável. Por isso, na hora de escolher, escolhe “votar com a carteira” em marcas mais éticas, sustentáveis ou locais.
Partilha a tua jornada sustentável nas redes sociais e inspira outros a fazerem o mesmo. Desafia amigos e família a adotarem um novo hábito sustentável por mês. Juntos, este movimento ganha força. Quanto mais pessoas conscientes, maior o impacto no mercado e nas políticas.
As marcas seguem a vontade dos consumidores e tu tens esse poder nas tuas mãos.
Lembra-te:
As escolhas que fazes todos os dias têm um verdadeiro impacto.
E não precisas de mudar tudo de uma vez… porque pequenos passos fazem mesmo a diferença.