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A comida pode ser muito mais do que nutrição. Pode ser memória, conforto, recompensa ou até fuga. É por isso que, em determinados momentos da vida, comemos não porque temos fome, mas porque sentimos — e muitas vezes não sabemos lidar com o que sentimos. A isso chamamos fome emocional.
Neste artigo, vamos aprofundar este conceito a partir de uma perspetiva psicológica e nutricional, trazer dados científicos, partilhar estratégias práticas (incluindo mindfulness) e mostrar quando é hora de pedir ajuda profissional. O objetivo? Ajudar-te a criar uma relação mais consciente, saudável e equilibrada com a comida — e contigo.
A fome emocional é o ato de comer não por necessidade fisiológica, mas para responder a uma necessidade emocional. É um comportamento comum, mas que, quando frequente, pode afetar a saúde física, o bem-estar psicológico e a autoestima.
Ao contrário da fome fisiológica — que surge de forma gradual, pode ser saciada com qualquer tipo de alimento e cessa quando estamos satisfeitos —, a fome emocional tende a:
A fome emocional pode ser desencadeada por diferentes fatores:
Sabias que estudos demonstram que os alimentos altamente palatáveis (ricos em açúcar, gordura e sal) ativam o sistema de recompensa do cérebro através da dopamina, criando um alívio emocional temporário — mas também dependência comportamental a longo prazo?
É importante dizer: comer com emoção não é, por si só, negativo. Celebrar com um jantar especial ou recordar a infância com uma fatia de bolo da avó faz parte da nossa natureza humana.
O problema surge quando a comida se torna a principal (ou única) estratégia de regulação emocional — quando comemos para não sentir, para evitar ou para preencher vazios internos.
Um estudo publicado no Journal of Health Psychology (2014) indica que mais de 75% das pessoas associam episódios de alimentação excessiva a emoções negativas. Outro estudo da Appetite (2017) conclui que a fome emocional está fortemente associada a dietas restritivas, ansiedade crónica e baixa autoestima.
Além disso, o The Center for Mindful Eating afirmou que práticas regulares de mindfulness podem reduzir significativamente episódios de alimentação impulsiva e compulsiva. Vamos saber mais!
Joana, 27 anos — Sempre que discutia com o namorado, recorria ao chocolate. Ao trabalhar com uma nutricionista e uma psicóloga, percebeu que associava o doce ao conforto que lhe faltava emocionalmente. Começou a criar um novo ritual: ouvir música calmamente durante 10 minutos sempre que se sentia abalada.
Rui, 41 anos — Após anos de dietas radicais, Rui comia compulsivamente ao fim de semana. Reaprendeu a alimentar-se com equilíbrio e regularidade, o que reduziu a urgência alimentar e o sentimento de culpa.
A fome emocional, quando persistente, pode evoluir para distúrbios alimentares como compulsão alimentar periódica ou bulimia. Nestes casos, o apoio multidisciplinar é fundamental:
Nos clubes Fitness UP, os nossos nutricionistas estão preparados para te apoiar com planos personalizados e empáticos. Sabemos que comer é mais do que nutrir — é também sentir. E queremos ajudar-te a encontrar esse equilíbrio.
Comer com consciência é um ato de amor-próprio. A fome emocional não é fraqueza — é um sinal de que algo dentro de ti precisa de cuidado. Quanto mais desenvolveres a tua relação emocional contigo, mais natural será fazer escolhas alimentares equilibradas e duradouras.
Dá tempo ao processo. E lembra-te: tu mereces sentir-te bem no teu corpo, na tua mente e nas tuas emoções.