PLANO DE TREINO
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Terminaste o treino, o corpo está em “modo recuperação” e… aparece aquela grande dúvida: e agora, o que é que devo comer? A alimentação pós-treino é uma das peças-chave para tirar o melhor partido do nosso esforço. Não se trata só de matar a fome: é sobre alimentar os músculos, repor energias e preparar o corpo para o próximo desafio.
Fica connosco para entender o que acontece no teu corpo depois de treinares, que nutrientes ele precisa e como podes escolher alimentos que te ajudam a recuperar de forma inteligente (e com muito sabor, é claro!).
Quando treinas, desafias o teu corpo (e isso é ótimo). Mas também usas as reservas de energia e causas microlesões nos músculos, o que é parte natural do processo. Para ajudar o corpo a reconstruir, recuperar e crescer, é essencial dar-lhe os nutrientes certos no momento certo. Uma refeição pós-treino equilibrada pode:
- Acelerar a recuperação muscular;
- Repor as reservas de energia (glicogénio);
- Reduzir a fadiga e o risco de lesões;
- Melhorar o rendimento no próximo treino.
Aqui estão os quatro pilares da recuperação:
Estas ajudam a reparar os músculos e promovem o crescimento muscular. Quanto mais intenso o treino (especialmente os de força), mais importante é incluir proteína de qualidade na refeição.
Boas fontes de proteína:
Durante o treino, nosso corpo consome o glicogénio, que é uma forma de armazenar energia. Repor esses níveis com hidratos de carbono saudáveis ajuda a evitar a fadiga e melhora a recuperação.
Boas fontes de hidratos de carbono:
Também conhecidas como gorduras boas que ajudam a combater a inflamação e a manter o equilíbrio hormonal. No entanto, devem ser consumidas em quantidades moderadas imediatamente após o treino, para não atrasar a absorção de outros nutrientes essenciais.
Fontes saudáveis de gordura:
Durante o treino, perdes líquidos e sais minerais — por isso é importante repor! A água é sempre essencial, mas se suaste muito, podes beneficiar de uma bebida isotónica ou água com eletrólitos.
Smoothie energético: 1 banana congelada, 1 scoop de proteína, 1 colher de manteiga de amendoim, bebida vegetal sem açúcar, gelo e canela. Mistura tudo e está pronto!
Iogurte com granola e fruta: Iogurte grego natural com granola caseira e frutos vermelhos ou banana.
Tosta de abacate com ovo: Pão integral com purê de abacate, ovo escalfado e pimenta preta.
Wrap de atum: Tortilha integral com atum, alface, tomate, cenoura ralada e um fio de azeite.
Bowl de salada com frango grelhado e quinoa:
Arroz integral com salmão e brócolos ao vapor:
Tofu grelhado com legumes salteados e batata-doce:
Treino de força: Prioriza as proteínas (25-30g por refeição) e hidratos de carbono complexos. Ideal para quem quer ganhar massa muscular. Exemplo: arroz integral com frango grelhado e legumes.
Treino aeróbico (corrida, cycling, HIIT): Precisas de repor mais glicogénio. Aqui, os hidratos de carbono têm papel central. Combina com alguma proteína para manter os músculos protegidos. Exemplo: smoothie de banana com aveia e proteína.
Yoga ou pilates: São treinos menos intensos, por isso uma refeição leve e equilibrada é suficiente. Exemplo: tosta com abacate, ovo e tomate.
> Objetivo é perder peso? Mantém o equilíbrio, mas controla as porções, aposta em alimentos com alto teor de fibra e baixa densidade calórica. Podes escolher uma salada rica com legumes crus, sementes e uma fonte leve de proteína.
> Ganho de massa muscular? Inclui mais calorias, proteína suficiente e não tenhas medo dos hidratos de carbono de qualidade. Uma boa ideia é juntar batata-doce com lentilhas e legumes assados, ou um bowl completo com arroz, feijão, carne ou tofu e molho natural.
> Preferências alimentares (vegan, vegetariano): Usa leguminosas, tofu, tempeh, seitan, bebidas vegetais fortificadas e cereais integrais como base. Junta sempre uma fonte de proteína e combina com vegetais coloridos.
Os shakes de proteína são úteis quando não há tempo para uma refeição sólida — prefira versões sem açúcar adicionado —, enquanto a creatina pode ajudar na performance e recuperação em treinos de força. Já os BCAAs são discutíveis, mas podem ser benéficos para treinos longos em jejum ou atletas com dieta vegetariana restrita. Os eletrólitos são indicados para treinos muito longos ou em dias de muito calor.
Mas, lembra-te: antes de tomar suplementos, o ideal é consultar um nutricionista. Alimentos naturais continuam a ser a melhor fonte de nutrientes.
“Tens de comer até 30 minutos depois do treino”: É uma boa prática, mas não é obrigatório. O mais importante é a qualidade e distribuição das refeições ao longo do dia.
“Só a proteína importa”: Falso. A combinação com carboidratos é essencial para uma recuperação eficaz.
“Treinei, posso comer o que quiser”: Infelizmente, não funciona assim. A qualidade dos alimentos continua a importar (e muito!).
Nem sempre vais ter tempo para preparar a refeição ideal ou seguir todas as recomendações à risca, e tá tudo bem. O mais importante é criares uma rotina que funcione para ti. Se só tens cinco minutos, opta por algo simples e nutritivo. Se treinas à noite e não tens fome para um jantar completo, aposta num lanche leve, mas equilibrado. O corpo não precisa de perfeição, precisa de consistência.
Mais do que seguir regras rígidas, vale ouvir o teu corpo, perceber o que resulta na prática e manter uma relação saudável com a comida. Cada pequeno cuidado conta.
Treinar é apenas uma parte da equação. O que fazes depois do treino é tão importante quanto o treino em si. A alimentação pós-treino deve ser vista como uma extensão do teu compromisso com os resultados: mais força, mais resistência, melhor recuperação e menos lesões.
Não precisas de seguir um plano super complicado… Basta fazer escolhas informadas, adequadas ao tipo de treino que fizeste, aos teus objetivos e ao teu estilo de vida. Valoriza os alimentos naturais, aposta na variedade e tem sempre em mente que comer bem é cuidar de ti.
Ao perceberes o que o teu corpo precisa depois do exercício, estás um passo mais perto de atingir os teus objetivos — seja ganhar massa muscular, melhorar o desempenho ou apenas sentires-te com mais energia no dia a dia. Cada treino deixa marcas positivas no corpo, mas é na recuperação que se constrói o progresso.
Experimenta diferentes combinações, descobre o que funciona melhor para o teu corpo e, acima de tudo, ouve os sinais que ele te dá. Alimentar-te bem depois do treino é um investimento que traz resultados visíveis e, melhor ainda, faz-te sentir bem. Treinaste? Agora é tempo de nutrir!