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"Alimentação funcional". Se leste o título deste artigo e as tuas sobrancelhas se franziram num trejeito de confusão, não estás sozinho. Tem calma: não é rocket science, é mesmo a Natureza ao nosso serviço.
Vamos lá: a alimentação funcional não é mais do que identificar que determinados alimentos (funcionais, lá está) vão além do seu papel e propriedades nutricionais, isto é, produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos quando consumidos regularmente. Portanto, contribuem para a melhoria do estado de saúde e diminuem o risco de determinadas doenças, nomeadamente crónicas.
"E como tirar partido da alimentação funcional?", perguntas tu. Simples: através dos superalimentos. Tratam-se de alimentos ricos em determinado nutriente. Palavras como "chia", "curcuma" e "maca peruana" andam nas bocas do mundo e têm vindo a ser introduzidos nas dietas modernas.
Portanto, se queres saber como prevenir certas doenças e te sentires pleno, física e mentalmente, este artigo é para ti.
A alimentação funcional prioriza uma dieta equilibrada e variada e baseia-se na introdução de superalimentos na dieta, deixando de parte alimentos inflamatórios e que causem alergias. Além das suas funções nutricionais básicas, oferecem, se consumidos com regularidade e aliados a um estilo de vida saudável, benefícios adicionais à saúde.
E o espectro de alimentos funcionais é bem vasto e nem todos têm nomes exóticos. Ou seja, ao mesmo tempo que se incluem no grupo alimentos como os cogumelos adaptogénicos e spirulina, também os peixes gordos, os frutos vermelhos e os frutos secos pertencem a esta categoria. Versáteis, tanto podem ter um efeito anti-inflamatório e beneficiar o sistema imunitário como a saúde cardiovascular e contribuir para uma digestão mais saudável.
E porque se fala cada vez mais em saúde preventiva, os alimentos funcionais deixaram apenas de se encontrar em lojas de produtos naturais e chegaram em força às prateleiras dos supermercados. Não há desculpa para não lhes dares uma chance e cuidares do teu bem-estar a longo prazo!
Já te sentes mais familiarizado com o conceito de alimentação funcional? Ótimo, porque este vasto universo ainda tem muito que se lhe diga... e coma! Prepara-te para entrar num mundo de cores vibrantes, já que entre os superalimentos mais populares contam-se a curcuma, os cogumelos adaptogénicos, as sementes de chia, as bagas goji e a spirulina.
Fica a conhecer os benefícios dos superalimentos:
E, naturalmente, existem explicações e evidências científicas para os benefícios dos superlimentos. Não te querendo encher a cabeça com palavreado demasiado técnico, os superalimentos funcionam através de mecanismos bioquímicos relacionados com a absorção de nutrientes e resposta celular. Sendo ricos em vitaminas, minerais, antioxidantes, ácidos gordos e aminoácidos, é certo que contribuem para melhorar a performance no dia a dia e também o nível de bem-estar.
Açafrão-da-terra, açafrão-da-índia, turmérico ou, simplesmente, curcuma: esta especiaria amarela e alaranjada é originária da Ásia e um dos ingredientes-chave da gastronomia desta região. É reconhecida pelas suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes a antibacterianas. Portanto, um verdadeiro superalimento! A curcumina é a principal substância ativa da curcuma.
Em termos práticos, as suas propriedades anti-inflamatórias naturais atuam sobretudo ao nível da saúde das articulações, sendo benéfica para o tratamento da artrite e de outros transtornos do foro reumatológico. Tem também uma forte ação ao nível da saúde digestiva, facilitando a digestão e o alívio do desconforto abdominal. Por fim, é também vantajosa para a função cerebral, melhorando a memória e contribuindo para a redução do risco de doenças neurodegenerativas.
Em suma: só excelentes razões para te renderes a esta especiaria! E o melhor é que é super fácil incorporá-la na tua alimentação diária. Toma nota: podes juntar uma pitada de curcuma no chá, fazer smoothies incríveis, experimentar golden milk (tão na moda) e, claro, introduzi-la em pratos principais, trata-se de caril ou de um colorido arroz de curcuma. E, já agora, sabias que a biodisponibilidade da curcumina é aumentada quando combinada com a piperina (composto da pimenta-preta)? Combina estas duas especiarias para ainda mais poder!
Os cogumelos adaptogénicos, ou funcionais, não são mais do que cogumelos com propriedades adaptogénicas, ou seja, que ajudam o organismo a lidar com o stress, seja físico ou emocional, reduzindo-o. Entre os mais populares contam-se as variedades Reishi, Cordyceps e Chaga. Apesar de a sua popularidade no mundo ocidental moderno ser recente, a verdade é que são utilizados há milhares de anos como medicamento. A ação benéfica dos cogumelos adaptogénicos no organismo está associada à sua riqueza em substâncias bioativas. Generalizando, estes alimentos naturais têm propriedades anti-inflamatórias, antivirais e imunoestimulantes. Fica a conhecer os benefícios de cada com maior detalhe:
Mas como incluir estes cogumelos na alimentação? Também temos a resposta! Podes usar a versão em suplemento, em cápsulas ou óleo, ou comprá-los em pó. Se optares pelo pó, podes juntá-lo a iogurtes, papas de aveia, batidos, sopas e guisados. Naturalmente, podes também fazer chá (experimenta o chá de Reishi, não é por acaso que é bastante popular).
E porque a lista dos superalimentos não se fica por aqui, fica a conhecer mais uns quantos que, certamente, vais querer implementar na tua alimentação funcional:
Embora já te tenhamos apresentado algumas formas práticas e simples de incluires superalimentos na tua alimentação diária, vamos deixar-te mais algumas dicas para que a correria do quotidiano não se ponha entre ti e os teus planos de alimentação funcional.
E para otimizar a absorção nutricional, faz combinações inteligentes! Além do combo curcuma e pimenta-preta, junta líquidos às tuas receitas com chia (libertam mucilagem, melhorando a digestão e a sensação de saciedade) e consome superalimentos ricos em vitamina C com os que são ricos em ferro, uma combinação poderosa para a absorção do ferro.
Como em tudo na vida, o equilíbrio é fundamental, pelo que, mesmo numa dieta equilibrada, os superalimentos não devem ser consumidos em excesso. As sementes de chia, por exemplo, podem causar desconforto abdominal e prisão de ventre. Já os frutos secos, apesar de nutritivos são altamente calóricos, pelo que podem contribuir para o ganho de peso. Portanto: consome superalimentos com moderação e aposta na variedade. Em caso de dúvida ou caso pretendas fazer alterações significativas na tua dieta, é fundamental consultares um nutricionista ou um especialista da tua confiança.
Para finalizar o tópico das precauções, deixamos-te um alerta: a importância de escolher superalimentos de qualidade e evitar suplementos de baixo valor nutricional. Como o fazer? Optando por produtos de agricultura biológica, verificando a origem dos mesmos (as certificações são valiosas), lendo atentamente os rótulos e privilegiando superalimentos com apenas um ingrediente (sem corantes, conservantes, etc.) e optando por produtos liofilizados ou desidratados (o seu teor nutricional é superior).
Utilizados, nalguns casos, há milénios na alimentação, os superalimentos estão repletos de benefícios para a saúde física e mental. São alimentos naturais com ação antioxidante e anti-inflamatória, atuando a nível da imunidade e da saúde cardiovascular: mais energia, mais foco e menos stress! Mas se és novo neste universo da alimentação funcional, introduz os superalimentos de forma gradual no teu dia a dia — começa por adicionar curcuma ou um cogumelo adaptogénico a uma refeição. Avalia a resposta do teu corpo e segue com confiança neste dieta equilibrada!