PLANO DE TREINO
A CARREGAR...
Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és! Depois de colocares em prática as dicas deste artigo, é natural que a conclusão seja... és um grande hacker. Um biohacker das refeições. Quem diria? A verdade é que o biohacking alimentar tem cada vez mais adeptos.
Tudo pronto para despertares o melhor de ti? Lê este artigo e descobre como o jejum intermitente, o carb cycling, os superalimentos e os suplementos funcionais otimizam a tua saúde, ao mesmo tempo que contribuem para a tua longevidade.
Primeiro, o que é um hack? És jovem, és moderno, de certeza que sabes. Mas, caso te tenha dado uma branca, relembramos que um hack é uma técnica (cá entre nós, preferimos chamar-lhe "marosca") que te ajuda a resolver um problema. Tudo, de um modo inteligente, nada óbvio e muito eficaz.
Posto isto, o biohacking alimentar diz respeito a um conjunto de maroscas que usam o poder dos alimentos para aproveitar todo o teu potencial.
Em Resumo...
Numa frase, diríamos que o biohacking alimentar é a arte de manipular o que comemos para otimizar o nosso bem-estar físico, mental e emocional. E esta arte inclui algumas técnicas-chave, como:
De certa forma, a comida é utilizada como informação. O que comes comunica com o teu corpo, influenciando positivamente os genes, o metabolismo e as hormonas. Na prática, isto também quer dizer que o biohacking se baseia nas experiências que vais fazendo e no autoconhecimento. O teu corpo, o teu metabolismo, as tuas regras! E, claro, o teu biohacking alimentar único e exclusivo.
A ciência diz que sim. Por norma, as vantagens mais faladas em Harvard e nas revistas científicas são:
O médico Nasr Al-Jafari afirma mesmo que o biohacking pode "melhorar a vida útil, prolongar a saúde e melhorar o desempenho".
Estas melhorias acontecem a um nível mais macro, em que tens de combinar o biohacking alimentar com outros três fatores:
Nesta lógica, há também quem tome banhos de gelo para aumentar a produção de colagénio e monitorize o ritmo cardíaco de forma regular.
Dito por outras palavras, o biohacking alimentar é apenas uma parte de um estilo de vida em que és hacker em várias dimensões. (Será que se chama a este estilo de pessoa um "lifehacker"? Ou será melhor bodyhacker? Bem, adiante.)
Não percebes nada de informática? Só usas as tuas tech skills para o bem? Não te preocupes: não vais ter de subverter os teus princípios morais.
Nós ajudamos-te a hackear os componentes do teu software cerebral. Acredita: estamos prestes a dar um boost ao hardware do teu organismo. Vê como, em três passos.
Comer menos para viver mais? Sim! Mas atenção: a genética também tem algo a dizer.
De qualquer das formas, os cientistas defendem que, quando ingerimos menos calorias, abrandamos o metabolismo, o que nos pode fazer viver mais tempo. Além disso, perante um cenário de restrição calórica, o corpo é obrigado a usar partes defeituosas das células como energia.
Resultado? O corpo funciona melhor e baixa-se a probabilidade de desenvolver doenças associadas à idade. Ainda assim, há aqui um problemazinho: há vários estudos que não confirmam estas teorias.
Portanto, a ciência aponta para uma nova direção: mais do que comer menos, talvez seja ainda mais importante o período de tempo que passas sem ingerir alimentos. É aqui que entra o jejum intermitente, enquanto um poderoso aliado do teu biohacking alimentar.
O jejum intermitente é um padrão alimentar que alterna períodos de ingestão com horas em que não comes nada. A quantidade dessas horas e que horas são essas dependem do teu estilo de vida. Contudo, uma das fórmulas mais seguidas é a 16:8. Nesta combinação, jejuas durante 16h e comes dentro de uma janela de 8h. Por exemplo, acabas de jantar às 20h e só voltas a comer ao meio-dia.
Se isto for demasiado para ti, podes experimentar fazer jejum em dias alternados. Ou, até, fazer jejum em apenas dois dias por semana.
Independentemente da tua escolha, sabe que, no período de jejum, o corpo entra em autofagia: é o nome fancy dando àquele fenómeno de usar as células estragadas para gerar energia. E é daí que vêm as vantagens para o teu organismo.
Os fãs de biohacking alimentar, e que praticam de jejum intermitente, costumam reportar:
O biohacking alimentar propõe-te uma técnica chamada carb cycling. Isto consiste em variar intencionalmente a quantidade de hidratos de carbono que consomes ao longo da semana. A ideia é que tenhas dias de alta, média e baixa ingestão.
Por um lado, aproveitas os benefícios dos hidratos de carbono, como o ganho de energia e a estimulação das funções cerebrais. Por outro, não abusas ao ponto de sofrer os efeitos negativos, como o ganho de peso e a resistência à insulina.
Uma vez que alternas entre hidratos e gordura, o corpo também se habitua a diversificar as fontes de energia. A grande consequência é uma redução do apetite, ao mesmo tempo que promoves o desempenho cognitivo. Na prática, os níveis de energia ficam mais estáveis ao longo do dia. Isto, enquanto ficas de olho nos teus objetivos de performance.
Com o carb cycling, podes manipular o teu corpo para aumentar a massa muscular ou perder gordura. Num plano típico, isso consegue-se com duas regras fundamentais:
Biohacking alimentar sem superalimentos não é um verdadeiro biohacking! Basicamente, os superalimentos são alimentos altamente nutritivos, que promovem a saúde, reforçam o sistema imunitário e previnem doenças. Conhece alguns exemplos:
Os suplementos funcionais costumam estar disponíveis em cápsulas. São formas concentradas de vitaminas, minerais, probióticos e ómega-3. Preenchem lacunas nutricionais e promovem o bem-estar.
Apesar de todas estas vantagens, é preciso ter cuidado. Antes de comprares os teus suplementos, verifica este pontos:
Apenas os suplementos funcionais adequados são úteis para uma estratégia de biohacking vencedora!
Não deves ver o biohacking alimentar como uma solução universal, mas sim como uma estratégia personalizada conforme o teu estilo de vida, necessidades e objetivos. Como em tudo, a consistência é a chave. Por isso, aposta em pequenas mudanças sustentadas ao longo do tempo. Sem dietas extremas. Com escolhas inteligentes.
No fundo, o biohacking alimentar nada mais é do que usares a ciência a teu favor. E, assim, aproveitas ao máximo o que os anos de vida ativa têm para te oferecer.
Preparado para pôr em prática os teus dotes de hacker? Experimenta jejuar (mas com sensatez) ou vai introduzindo superalimentos nas tuas refeições. O objetivo é, aos poucos e poucos, sentires um boost no corpo e na mente! Anda lá. Depois, conta-nos como correu.
Artigo escrito por Maria Luísa Franco - Nutricionista do Fitness UP, formada pela Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação da Universidade do Porto, especialista em Nutrição Desportiva e com mais de 10 anos de experiência na área.